Dieta Saudável

Vá de encontro a sua melhor versão!

Não existe um prazo de validade para abandonar um estilo de vida compatível com o tipo de corpo que você se sente bem. 

A proporção de pessoas obesas e com sobrepeso está crescendo nas diversas regiões do planeta.  No Brasil, em 2020, o IBGE divulgou os dados da PNS 2019, Pesquisa Nacional de Saúde realizada em parceria com o Ministério da Saúde. A estudo aponta que mais da metade da população brasileira apresenta excesso de peso, isto é, com o IMC (índice de massa corporal) acima de 25kg/m². Focando apenas na obesidade, IMC > 30m/kg², a informação veiculada é de que 26,8% dos brasileiros estão obesos. No estado do Rio de Janeiro, segundo dados da Vigitel de 2018, 25% das mulheres e 20% dos homens são obesos.  Estes são números crescentes em comparação aos encontrados no início dos anos 2000. 

A falta de tempo para se dedicar ao preparo dos alimentos e o excesso de consumo de produtos ultra processados torna a alimentação saudável muito mais difícil de ser alcançada. Somado a isso, temos um estilo de vida cada vez mais sedentário com muito tempo de tela e pouco tempo praticando atividades físicas. Completando o quadro, observamos um estresse crônico que acompanha muitas pessoas, o que pode potencializar a obesidade através do desenvolvimento de transtornos de ansiedade e depressão. O estilo de vida moderno facilita o ganho de peso, isso é um fato. 

De outra parte, temos uma sociedade exigente impondo um padrão de beleza muitas vezes inatingível de forma natural, criando um contexto que pode promover mais ansiedade.  

Tantas informações sobre dietas acabam levando as pessoas a tentar perder peso por conta própria. Acontece que trilhar esse caminho sozinho é mais difícil e oferece alguns riscos. A pessoa, caso não esteja sendo acompanhada, pode sofrer desde deficiências de vitaminas até chegar a desenvolver um transtorno alimentar. O paciente pode até conseguir emagrecer por um período, mas como é que fica todo o restante da saúde? No final, o que vemos é um histórico de inúmeros fracassos com o aumento do peso a cada nova tentativa.

É hora de desconstruir todo um conjunto de crenças limitantes e ir ao encontro de um estilo de vida mais saudável! O objetivo maior será sempre a descoberta da sua melhor versão! 

Temos uma certeza na vida, a alimentação vai fazer parte dos nossos dias desde o nascimento até a morte. A dieta escolhida deve se adaptar ao dia a dia do paciente, respeitando sua cultura e preferências. Resumindo, deve ser possível de ser seguida a longo prazo e não encarada como um castigo. Não existe um prazo de validade para abandonar um estilo de vida compatível com o tipo de corpo que você se sente bem. Justamente por este motivo, o prazer em comer deve ser sempre mantido, pois faz parte de uma alimentação saudável e ajuda na sua manutenção a longo prazo.

Um grande desafio na busca de uma dieta saudável é quando o paciente apresenta um padrão alimentar infantilizado. Neste caso, a pessoa apresenta um tipo de preferência por alimentos muito doces e/ou salgados, com excesso de consumo de produtos industrializados. Não há espaço para frutas, legumes, verduras e alguns grupamentos alimentares básicos. Diante desta situação, a reeducação alimentar é mandatória.  Todos os esforços devem ser empregados a fim de reprogramar o paladar do paciente. E sim, é possível reprogramar nosso paladar!

Diante de toda esta pluralidade de situações, um novo formato de alimentação vem ganhando força: a individualização da dieta. A ciência tenta encontrar uma dieta que se encaixe para todos, mas cada pessoa tem a sua própria forma de se relacionar com os alimentos. Assim, diversos pontos devem ser avaliados na busca da dieta que melhor atenda suas necessidades.

A dieta ideal para cada um deve levar em conta inúmeros aspectos como: a idade do paciente, o estilo de vida, o nível socio econômico, as preferências alimentares, as intolerâncias e alergias a determinados alimentos e até mesmo as aversões apresentadas. Também devem ser consideradas as doenças já presentes, o uso crônico de medicamentos e o histórico familiar de comorbidades. Escolhas pessoais como o vegetarianismo e o veganismo devem ser respeitadas. Além disto, já está em estudo a forma de metabolização dos diversos macronutrientes em cada indivíduo, sendo possível, a partir destes dados, determinar a dieta mais adequada para cada um. 

A observação da relação com os alimentos no campo afetivo também deve ser lembrada. A busca ativa de sinais que levem o paciente a transtornos alimentares, deve fazer parte do raciocínio do profissional de saúde. Dietas muito restritivas são um fator de risco para o início de quadros de bulimia, anorexia e compulsão alimentar. Qualquer evidência de desenvolvimento de um transtorno alimentar deve ser prontamente cuidada. 

São muitos os pontos a serem analisados, pois cada indivíduo é único! O encontro de uma alimentação saudável faz parte de uma jornada onde caminhar com a ajuda de um profissional habilitado vai proporcionar o conhecimento de todas as possibilidades disponíveis e te ajudar a fazer a melhor escolha.